O projeto de Manutenção do Centro Tradicional de Invenção Cultural (CTIC), apiado pelo Fundo de Apoio à Cultura, por meio da SECEC-DF, tem como objetivo contribuir com o fortalecimento das atividades formativas, festejos e oficinas de nosso espaço. Além do apoio aos 3 tradicionais festejos da casa, que acontecem há 18 anos. Todas as ações do CTIC são voltadas para a divulgação das culturas populares brasileiras, em especial a moderna tradição cerratense do Fuá de Seu Estrelo, que tem como base a Mitologia do Calango Voador, escrita por Tico Magalhães, que narra o surgimento do mundo, do cerrado e de Brasília.
Orquestra Alada Trovão da Mata; Alessandra Leão (PE); Mestre Sapopemba (AL)
Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro; Hamilton de Holanda; Siba e a Fuloresta (PE)
Oficinas Brasílicas
As Oficinas Brasílicas do projeto Manutenção do Centro Tradicional de Invenção Cultural (CTIC), apoiado pelo FAC, são direcionadas para as matrizes culturais que fundaram o povo brasileiro, por meio de quatro vivências com mestres consagradas de nossas culturas populares.
Para a primeira vivência tivemos a honra de receber Mestre Manoelzinho Salustiano (PE). Manoelzinho Salustiano é Mestre da Cultura Popular Pernambucana e atual presidente da Associação de Maracatus de Baque Solto de Pernambuco. Foi titulado recentemente como o mais novo Doutor Honoris Causa pela Universidade de Pernambuco (UPE). Filho primogênito de Mestre Salustiano, aprendeu e herdou do seu pai os saberes e os fazeres da rica cultura popular da Zona da Mata Norte pernambucana.
Para a segunda vivência tivemos a alegria em receber o Moçambique Santa Efigênia (MG) com uma oficina sobre a Congada: História e Batuque. A Congada é um rito milenar originado na África e introduzido no Brasil com a chegada dos povos africanos. Nos rituais, a história contada do tempo passado é transposta para o presente. A história do Moçambique Santa Efigênia se inicia com um grupo de congadeiros, do qual nasce, pelas mãos de Senhor Eli Benedito, o Catupé Caboclo, em abril de 1990, com a ajuda de sua irmã Doralice de Oliveira.
A terceira vivência das Oficinas Brasílicas do projeto, recebemos Helder Vasconcelos (PE) no Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul. Helder Vasconcelos é músico, ator e dançarino, é um dos fundadores do grupo musical Mestre Ambrósio, com quem trabalho de 1992 a 2003 e tocou nos principais palcos e eventos brasileiros. Credita sua formação ao aprendizado não acadêmico das brincadeiras de Cavalo Marinho e Maracatu Rural e ao estudo da arte do ator com o grupo Lume. É fundador e coordenador do grupo Boi Marinho, que participa do Carnaval de Pernambuco desde 2000.
A quarta e última vivência das Oficinas Brasílicas do projeto recebeu o fundador do grupo Seu Estrelo: Mestre Tico Magalhães (DF). Para fechar com chave de ouro, Mestre Tico contou sobre sua trajetória na cultura popular e o contato com os diversos mestres e mestras e as tradições brasileiras que fizeram parte de sua formação. Trouxe para a vivência tanto os fundamentos que compõem o brinquedo de Seu Estrelo, quanto a prática envolvendo o teatro de terreiro e o singular ritmo musical criado pelo grupo: o samba pisado.
Caderno de Estudos Virtual
A partir das Oficinas Brasílicas do projeto de Manutenção do CTIC, nasceu um caderno de estudos virtual: O Caderno da Noite e do Dia. Esse caderno foi escrito por meio da memória e da oralidade de nossas mestras e mestres populares, junto com a prática artística e as vertigens poéticas do Grupo seu Estrelo e o Fuá do Terreiro. Arranjos poéticos, científicos e ancestrais disponível de forma gratuita e acessível para quaisquer práticas artísticas que desejam acessar fundamentos e sabedorias de nossa vasta tradicional cultura popular.
Coletivo das Yás
Sambada de Coco com Encantaria das Matas
Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro
Mestre Anderson Miguel
e Ciranda Raiz da Mata Norte (PE)
Encontro dos Poetas do Cravo Branco com
Mestre João Paulo (PE) e Mestre Anderson (PE) part. Felipe Guima (DF)
II Festival
Casa de Fita
O II Festival Casa de Fita, apoiado pelo projeto de Manutenção do Centro Tradicional de Invenção Cultural, aconteceu no dia 12/10, no dia das crianças, propondo um espaço de descoberta e adivinhação, onde as crianças possam se reconhecer pela natureza, por sua cidade e pelas brincadeiras populares. Estiveram na programação do festival: o Bumba Maria Meu Boi (Sobradinho II), a Capoeira Ginga Mirim (Gama), o Mamulengo Fuzuê (Taguatinga), os espetáculos Abre Alas: Um Concerto à Doidivana (Asa Norte) e o Auto Estrelado (Asa Sul). Tudo isso dentro de um afamado, afetivo e acolhedor lugar de Brasília: o Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul.
Ensaios Abertos do Grupo Seu Estrelo
É por meio de um singular ritmo, o Samba Pisado, esse novo samba com alma de velho, que Seu Estrelo nos apresenta, em sua Sambada, uma Brasília encantada, arrodeada das misteriosidades do cerrado. Reverenciando as gentes que pisaram e pisam este chão, trazendo suas referências e bênçãos, nos faz lembrar que esta terra é feita de memórias e mistérios bem mais antigos que nossa cidade. Em março, o ensaio aberto da Moderna Sambada do grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro entrará em circulação pelo Distrito Federal. Em parceria com o SESC-DF, promoverá a divulgação de seu mais novo álbum: Exu Monumental, oferecendo ao DF apresentações de uma brincadeira genuinamente cerratense.